Renê de Paula no Braincast falou uma coisa tão importante que vale a pena ser portada pra outros assuntos.
Leiam jornais, leiam livros, andam de táxi, vão pra um boteco onde você nunca foi, (…) porque a gente corre um risco gigante de emburrecer. Se a gente ficar num mundinho fechado, a gente vai emburrecer.
Transpus essa mesma idéia pra dentro do universo da crítica e da pseudo-crítica televisiva:
Perco a conta de quantos críticas ouço sobre programas como Zorra Total, Casseta e Planeta, Márcia, Casos de Família e outros. Que não tem conteúdo, são apelativos, sensacionalistas, sem graça, bobos…
Mas mesmo assim eles mantêm Ibope e faturamento.
“Grandes críticos da TV”, nas redações de jornal ou em seus blogs de notas e números, indicam sempre a “nata” da programação, colado em notas de pesar pela baixa da audiência dos respectivos. O que está acontecendo de errado? Porquê os “sábios” não conseguem acertar nas suas previsões e fazer valer sua influência?
A conclusão é simples e óbvia, já explícita na frase dita por Renê: Não estamos mais na rua. Na divida proporção que cada vez nos fechamos mais no nosso mundinho, nós emburrecemos. Emburrecemos nas análises, nos dados, nas informações de quem realmente decide o jogo: O telespectador.
Da mesma forma que precisamos cada vez mais colocar o jornalismo de volta na rua, conversar mais com pessoas de verdade e menos com o Google, precisamos de gente que analise a televisão captando o mesmo ponto de vista daquela dona de casa que assiste o programa de barracos vespertino: Entender seus anseios, o que te agrada, o que comenta durante o intervalo e até as situações em que discute sozinha com o aparelho, mas nunca chegar com 3 pedras em cada mão, como já virou costume.
Agora somem esse crítico de TV que desconhece o meio com o repórter que nunca vai a rua e a enxurrada de assuntos reciclados virando pauta. Difícil entender a crise do jornalismo?